Prolegômenos para uma teoria formal de jogos linguísticos
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Prolegômenos para uma teoria formal de jogos linguísticos

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Introduction

Prolegômenos para uma teoria formal de jogos linguísticos. Analisa o jogo linguístico Gualín do TTK, reversão de sílabas no português. Explora bloqueios fonológicos à produtividade, mostrando gramática do TTK distinta da base e sua formalização.

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Abstract

O presente artigo analisa um jogo linguístico (ou ludolíngua) chamado Gualín do TTK, que consiste na reversão de sílabas de palavras do português brasileiro (esquerda-direita → direita-esquerda). Assim, apresento casos em que fenômenos fonológicos são contrapontos à produtividade do padrão de transposição iterativa em TTK (1 2 3 → 3 2 1). O texto tem como finalidade mostrar “bloqueios” à produtividade morfofonológica que mostrem como a gramática do TTK se afasta da gramática da língua-base, bem como formalizá-los sob três distintos mecanismos formais. Os dados nesta análise foram extraídos de textos sobre o TTK (Guimarães e Nevins, 2013; Vital, 2020; Marins, 2023), como de canções de rap cantadas por rappers da região Catete-Glória-Lapa, berço da Gualín na cidade do Rio de Janeiro. Conclui-se que, contrário ao que Stojkovic (2016) propôs para outros ludolínguas de reversão, o TTK tem uma gramática fonológica distinta da língua-base, pois apresenta processos fonológicos inexistentes no PB.


Review

O presente artigo, intitulado "Prolegômenos para uma teoria formal de jogos linguísticos", oferece uma análise aprofundada e instigante do Gualín do TTK, um ludolíngua derivado do português brasileiro que opera por reversão silábica. A principal força do trabalho reside na sua capacidade de demonstrar como um mecanismo aparentemente simples de transposição iterativa (1 2 3 → 3 2 1) gera "bloqueios" morfofonológicos que revelam uma gramática fonológica própria, distinta da língua-base. Esta abordagem é crucial para o desenvolvimento de uma teoria formal de jogos linguísticos, pois estabelece a autonomia gramatical desses sistemas, indo além da mera aplicação de regras de superfície. A metodologia empregada é louvável, com a coleta de dados proveniente tanto da literatura especializada (Guimarães e Nevins, 2013; Vital, 2020; Marins, 2023) quanto de fontes autênticas, como canções de rap da região do Catete-Glória-Lapa, que representam o berço de uso do Gualín. A formalização dos fenômenos fonológicos que atuam como contrapontos à produtividade do padrão de transposição, sob a égide de três distintos mecanismos formais, constitui uma contribuição teórica significativa. Em particular, a conclusão de que o TTK possui processos fonológicos inexistentes no PB desafia diretamente proposições anteriores, como as de Stojkovic (2016) para outros ludolínguas de reversão, evidenciando a complexidade e a especificidade do sistema analisado. Para aprimorar ainda mais o impacto teórico dos "Prolegômenos", seria benéfico se o artigo pudesse incluir uma breve exemplificação ou caracterização dos "três distintos mecanismos formais" propostos, para facilitar a compreensão por um público mais amplo. Adicionalmente, uma discussão, mesmo que concisa, sobre as implicações cognitivas da aquisição e uso de tais processos fonológicos distintos para os falantes do TTK poderia enriquecer o quadro teórico. No entanto, este trabalho representa uma contribuição substancial para a fonologia, a sociolinguística e os estudos sobre criatividade linguística, estabelecendo uma base sólida para a teoria dos jogos linguísticos e sendo altamente recomendado para publicação.


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