Daline Ferreira dos Santos , Franceila Auer, Vania Carvalho de Araújo

Educação infantil em tempo integral no município de Vitória-ES em tempos de pandemia: as percepções das crianças

Introduction

Educação infantil em tempo integral no município de vitória-es em tempos de pandemia: as percepções das crianças. Percepções de crianças sobre educação infantil em tempo integral em Vitória-ES na pandemia. Aborda o impacto do isolamento escolar e a importância do atendimento ampliado para direitos.

Abstract

Este artigo tem como objetivo problematizar as percepções das crianças matriculadas na educaçãoinfantil em tempo integral sobre suas vivências em tempos de pandemia, considerando a ausência doespaço físico da escola como lócus de proteção e de provisão social. Adota uma pesquisa exploratória,tendo como instrumentos entrevistas semiestruturadas e diário de campo, com crianças com idadesentre cinco e seis anos, matriculadas na educação infantil em tempo integral da Rede Pública Municipalde Vitória-ES. Os resultados revelam que os vínculos das crianças com a instituição de educação infantil se constituíram pelo acesso às plataformas educacionais virtuais, o envio de materiaisimpressos e a entrega de cestas básicas. As falas das crianças indicam algumas interações com os espaços da cidade como um aspecto positivo ocorrido no período pandêmico. Conclui-se que, embora as vivências com a cidade tenham sido mencionadas, o destaque das crianças recai sobre orompimento com o cotidiano da educação infantil em tempo integral, demonstrando a importância desse atendimento ampliado na garantia de um conjunto de direitos sociais.

Review

Este artigo aborda um tema de extrema relevância e atualidade: as percepções de crianças matriculadas na educação infantil em tempo integral durante o período da pandemia de COVID-19, especificamente no município de Vitória-ES. O foco nas vivências infantis, em um contexto onde o espaço físico da escola, tradicionalmente um lócus de proteção e provisão social, foi inacessível, é crucial. A pesquisa oferece uma perspectiva valiosa sobre como os mais jovens foram afetados por essa disrupção sem precedentes, dando voz a um grupo que frequentemente tem suas experiências subestimadas em discussões sobre políticas públicas e seus impactos. Metodologicamente, o estudo adota uma abordagem exploratória, utilizando entrevistas semiestruturadas e diários de campo com crianças de cinco a seis anos, instrumentos adequados para capturar as nuances das percepções infantis. Os resultados são bastante reveladores, indicando que os vínculos das crianças com a instituição de educação infantil foram mantidos, em grande parte, através de plataformas virtuais, materiais impressos e, notavelmente, a entrega de cestas básicas, o que sublinha o papel multifacetado da escola para além do ensino. Curiosamente, algumas crianças mencionaram interações positivas com os espaços da cidade; entretanto, o achado mais significativo é o destaque dado por elas ao rompimento com a rotina da educação infantil em tempo integral, evidenciando a profunda importância desse atendimento ampliado. A conclusão do artigo ressalta a importância da educação infantil em tempo integral não apenas como espaço de aprendizagem, mas como garantia de um conjunto de direitos sociais essenciais para o desenvolvimento infantil. Embora o estudo seja exploratório e focado em um contexto específico, suas implicações são amplas, servindo como um alerta para formuladores de políticas sobre a necessidade de salvaguardar e fortalecer esses serviços, especialmente em momentos de crise. Sugere-se que futuras pesquisas possam aprofundar as perspectivas de pais e educadores para complementar as vozes infantis, e investigar os impactos a longo prazo dessas interrupções na trajetória de desenvolvimento dessas crianças.

Full Text

Comments

You need to be logged in to post a comment.