Trabalho infantil
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Ana Cristina Serafim da Silva

Trabalho infantil

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Introduction

Trabalho infantil. Estudo sobre trabalho infantil no Tocantins. Conheça o perfil socioeconômico de crianças e adolescentes, tipos de trabalho, viés de gênero e o impacto na escolarização.

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Abstract

O objetivo deste artigo é identificar as características do trabalho infantil em um município na região norte do Tocantins, de modo a traçar o perfil socioeconômico dessas crianças e adolescentes e de suas famílias, além das características do trabalho infantil e a relação entre trabalho e escolarização. Participaram da pesquisa 157 crianças e adolescentes. Utilizou-se um questionário composto de questões abertas e fechadas. Para a análise, utilizou-se a estatística descritiva e o software SPSS. Os dados mostram que a idade dessas crianças e adolescentes variava de 8 a 17 anos, com predominância do sexo feminino; no entanto, as diferenças de sexo se davam pela atividade de trabalho desenvolvida, o que revela ser o trabalho infantil cortado pelo viés do gênero, tendo a maioria se declarado afrodescendente. As crianças e adolescentes se encontravam inseridas, em sua maioria, no trabalho infantil doméstico, seguido do informal de rua, em oficinas mecânicas, lava-jato e na agricultura, respectivamente. A maioria desses sujeitos recebia presentes, comida e carinho como forma de pagamento e 95,5% estavam inseridos em algum programa de transferência de renda do Governo Federal. A maioria já tinha sido reprovada na escola entre uma e até três vezes.


Review

O artigo "Trabalho infantil" apresenta um objetivo claro e relevante: identificar as características do trabalho infantil em um município no norte do Tocantins, traçando o perfil socioeconômico das crianças e adolescentes e suas famílias, as formas de trabalho e a relação entre trabalho e escolarização. A pesquisa, que envolveu 157 participantes, utilizou um questionário para coletar dados, analisados posteriormente com estatística descritiva e o software SPSS. Os resultados são bastante reveladores, indicando que o trabalho infantil na região afeta crianças e adolescentes de 8 a 17 anos, com predominância do sexo feminino, embora as atividades sejam cortadas por viés de gênero. A maioria dos participantes se declarou afrodescendente e estava inserida predominantemente no trabalho doméstico, seguido por atividades informais de rua, oficinas mecânicas, lava-jato e agricultura, recebendo principalmente presentes, comida e carinho como forma de "pagamento". Os dados também destacam que quase a totalidade dos participantes estava em programas de transferência de renda e que a maioria já havia reprovado na escola. A principal força deste estudo reside na sua abordagem empírica e na capacidade de fornecer um panorama detalhado e localizado do trabalho infantil em uma região específica e, possivelmente, pouco pesquisada no Brasil. O tamanho da amostra (157 crianças e adolescentes) é considerável para um estudo descritivo e permite uma boa representatividade das características identificadas. A elucidação de aspectos como a interseccionalidade de gênero e raça no trabalho infantil, a natureza das atividades e as formas de remuneração não monetária, bem como a coexistência com programas de transferência de renda, são contribuições valiosas para a compreensão da complexidade do fenômeno. No entanto, o uso exclusivo de estatística descritiva, embora eficaz para traçar perfis, limita a capacidade de inferir relações causais ou explorar as motivações e percepções mais profundas dos envolvidos, um ponto que poderia ser enriquecido com uma abordagem metodológica mista. Em conclusão, este artigo oferece um retrato instigante e factual do trabalho infantil, suas manifestações e impactos educacionais em uma área específica do Tocantins. Os resultados são cruciais para informar políticas públicas e intervenções direcionadas, especialmente ao evidenciar a persistência do trabalho infantil mesmo em famílias beneficiárias de programas de renda, e sua forte correlação com a reprovação escolar. Para futuras investigações, seria benéfico aprofundar a análise das relações entre trabalho e escolarização com métodos inferenciais, explorar os fatores que levam à entrada e permanência no trabalho infantil por meio de entrevistas qualitativas com as crianças, adolescentes e suas famílias, e investigar a efetividade e desafios dos programas de transferência de renda no combate a essa problemática sob a perspectiva local. O estudo, no entanto, já serve como uma base sólida para a discussão e formulação de estratégias de combate ao trabalho infantil.


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