Representações sociais de morte para equipes de saúde de dois centros de terapia intensiva
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Carla Vieira Gomes de Faria, Thiago Mikael Silva, Adriano Roberto Afonso Nascimento

Representações sociais de morte para equipes de saúde de dois centros de terapia intensiva

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Introduction

Representações sociais de morte para equipes de saúde de dois centros de terapia intensiva. Explore as representações sociais da morte para equipes de saúde em dois CTIs de Belo Horizonte. Analisa dificuldades, visões de continuidade/fim e perspectivas pessoal/técnica que se entrelaçam.

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Abstract

Este estudo teve como objetivo analisar as representações sociais da morte para a equipe de saúde de dois Centros de Terapia Intensiva de um hospital de Belo Horizonte/MG. Para tal, foram entrevistados 18 profissionais intensivistas de dois CTIs, localizados em um hospital que atende exclusivamente pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). Os resultados mostraram que, embora a maioria dos profissionais tivesse dificuldades de lidar com a morte, ora ela era vista como continuidade da vida, ora como fim. Essas visões revelaram duas perspectivas distintas acionadas na ancoragem das representações sociais da morte: uma pessoal e subjetiva – na qual a morte era objetivada como “vida em outro lugar” – e outra técnica e profissional, na qual a morte era o “inimigo a ser vencido”. Longe de serem concorrentes, essas perspectivas e os afetos e sentimentos por elas evocados se intersecionavam com crenças e experiências pessoais, prevalecendo flexivelmente conforme o contexto.


Review

Este estudo aborda uma temática de inegável relevância e sensibilidade: as representações sociais da morte entre profissionais de saúde que atuam em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). A escolha de um hospital que atende exclusivamente pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) em Belo Horizonte/MG confere à pesquisa um contexto específico e importante para a realidade brasileira. A metodologia qualitativa, baseada em entrevistas com 18 profissionais intensivistas, é apropriada para explorar a profundidade e a complexidade das percepções humanas sobre a morte. A clareza do objetivo e a relevância do público-alvo são pontos fortes que contribuem para a pertinência deste trabalho. Os resultados apresentados revelam uma compreensão multifacetada da morte, que oscila entre a continuidade da vida e o seu fim, mesmo diante das dificuldades percebidas pelos profissionais em lidar com o óbito. A identificação de duas perspectivas de ancoragem – uma pessoal e subjetiva, que objetiva a morte como "vida em outro lugar", e outra técnica e profissional, que a enxerga como "inimigo a ser vencido" – é particularmente perspicaz. A constatação de que essas visões não são excludentes, mas se intersecionam de forma flexível com crenças e experiências pessoais, conforme o contexto, é um achado crucial. Essa flexibilidade na prevalência das representações, permeada por afetos e sentimentos, demonstra a complexidade emocional e cognitiva inerente ao trabalho em UTI. Em suma, este estudo oferece uma contribuição valiosa para a compreensão das dinâmicas psicossociais enfrentadas por equipes de saúde em ambientes de alta complexidade como a UTI. As descobertas têm implicações importantes para o desenvolvimento de programas de suporte psicológico para profissionais de saúde, para a formação acadêmica e para a reflexão sobre práticas de cuidado ao fim da vida. A análise das representações sociais da morte pode fundamentar estratégias para melhorar a resiliência dos intensivistas e a qualidade da comunicação com pacientes e familiares. Recomendo a publicação deste artigo, pois ele ilumina aspectos cruciais da experiência humana e profissional na interface com a finitude.


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