Ivan Santos, Kelma Freitas

O PROFESSOR DO ENSINO BÁSICO, TÉCNICO E TECNOLÓGICO:

Introduction

O professor do ensino bÁsico, tÉcnico e tecnolÓgico:. Analisa o professor EBTT nos Institutos Federais (IFs) brasileiros. Explora o trabalho docente, desafios e a formação político-pedagógica para fortalecer sua identidade e projeto.

Abstract

O presente artigo tem por objetivo analisar, no contexto histórico, a implantação dos Institutos Federais (IFs) e do professor do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico (EBTT), buscando problematizar o trabalho docente em sua complexidade. Recorremos a uma revisão integrativa da literatura sobre o tema. Os resultados obtidos mostram que os IFs passam a ocupar papel de destaque no sistema educacional brasileiro, ao oferecer uma proposta de atuação acadêmica verticalizada, ancorada na indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, e materializada a partir da criação da carreira EBTT. Esta última, por sua vez, insere-se num espectro que pode oscilar entre os polos da inovação-precarização, sobretudo quando observada frente às demandas do projeto político neoliberal. Nesse sentido, chamamos a atenção para a necessidade de duas frentes de lutas, que corroborem com o fortalecimento da identidade do professor EBTT e do projeto desejado na lei de criação dos IFs. São elas: 1) Consolidação de uma formação político-pedagógica, baseada nos fundamentos estruturantes e princípios educativos da instituição; 2) A construção de uma “resistência por dentro”, que se desdobra na reelaboração crítica do conhecimento público, por meio das ações de ensino, pesquisa e extensão, bem como, na imbricação com as pautas dos movimentos sociais, sindicatos, organizações científicas, políticas, artísticas e culturais.

Review

O presente artigo, intitulado "O PROFESSOR DO ENSINO BÁSICO, TÉCNICO E TECNOLÓGICO," oferece uma análise crítica e oportuna sobre a implantação dos Institutos Federais (IFs) e o papel do professor do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico (EBTT) no contexto educacional brasileiro. Utilizando uma revisão integrativa da literatura, o estudo propõe-se a historicizar e problematizar a complexidade do trabalho docente nesses contextos. O abstract delineia claramente os achados principais, destacando o papel de destaque dos IFs na educação nacional através de uma proposta acadêmica verticalizada, ancorada na indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, materializada pela carreira EBTT. No entanto, o ponto central e mais instigante é a observação de que esta carreira oscila entre os polos da inovação e da precarização, uma tensão acentuada pelas demandas do projeto político neoliberal. A grande força deste trabalho reside em sua abordagem crítica e propositiva. Ao invés de apenas descrever o cenário, o artigo mergulha na problematização do trabalho docente, contextualizando-o dentro de forças macropolíticas, como o neoliberalismo, que impactam diretamente a carreira EBTT. A identificação das duas frentes de luta — a consolidação de uma formação político-pedagógica robusta e a construção de uma "resistência por dentro" — representa uma contribuição significativa. Essas frentes não são apenas apontamentos teóricos, mas estratégias concretas que visam fortalecer a identidade do professor EBTT e resgatar o projeto original e desejado para os IFs, demonstrando a relevância prática e o compromisso social da pesquisa. Embora o abstract seja conciso e bem estruturado, o artigo completo poderia se beneficiar de uma exploração mais detalhada da metodologia empregada. Uma explicitação mais aprofundada de como a "revisão integrativa da literatura" foi conduzida — abrangendo os critérios de seleção das fontes, o volume de material analisado e o método de síntese utilizado para chegar às conclusões — adicionaria maior transparência e robustez ao estudo. Além disso, aprofundar-se nos mecanismos práticos e desafios inerentes à efetivação da "resistência por dentro" nas rotinas e estruturas institucionais dos IFs poderia enriquecer ainda mais a discussão, oferecendo insights mais concretos sobre como os professores podem, de fato, "reelaborar criticamente o conhecimento público" e se articular com movimentos sociais no dia a dia.

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