Caroline Garpelli Barbosa, Érico Bruno Viana Campos, Carmen Maria Bueno Neme

Heidegger e a condição humana de desabrigo

Introduction

Heidegger e a condição humana de desabrigo. Analise a condição humana de desabrigo em Heidegger e sua relevância para a psicologia. Compreenda a angústia ontológica e seu impacto no manejo clínico e sofrimento psicopatológico.

Abstract

Apesar de o conjunto da obra de Martin Heidegger ser marcada por uma reflexão sobre o sentido do Ser, as discussões sobre a essência do homem assumem um lugar importante no percurso de seu pensamento. Contudo, quando a Filosofia heideggeriana é trazida para a Psicologia, é preciso ter em vista a necessidade de ir além do horizonte filosófico que mobiliza os questionamentos do autor, algo sem o que não há como avançar na elaboração dos aspectos técnicos do manejo clínico e da compreensão de fenômenos psicopatológicos. Assim, nosso objetivo foi apresentar de que maneira o pensamento heideggeriano permite a apreensão de uma concepção de ser humano fundada em uma condição de desabrigo, a qual revela a precariedade da existência mediante a angústia e aponta para a necessidade de considerá-la como uma dimensão fundamental que pode estar na base de uma série de experiências de sofrimento. Entendemos que, ao discutirmos as contribuições de Heidegger para a condição de desabrigo, a angústia ontológica precisa ser pensada com outras configurações para além de sua dimensão filosófica, as quais o psicólogo não pode perder de vista em sua atuação.

Review

The paper, "Heidegger e a condição humana de desabrigo," proposes a timely and pertinent interdisciplinary discussion. The title itself is highly evocative, immediately signaling an inquiry into fundamental aspects of human existence through the lens of Heideggerian philosophy. The abstract clearly articulates the central aim: to explore how Heidegger's reflections, particularly on the essence of man, can be instrumental in understanding a conception of the human being rooted in a condition of "desabrigo" (unhousedness or existential lack of shelter). This connection between profound philosophical insight and its implications for psychological understanding, especially regarding phenomena of suffering, is well-established as the core contribution of the work. A significant strength highlighted in the abstract is the paper's explicit recognition of the necessary methodological shift when translating Heideggerian philosophy into a psychological context. It correctly identifies the need to transcend the purely philosophical horizon of the author's questioning to advance in the "elaboração dos aspectos técnicos do manejo clínico e da compreensão de fenômenos psicopatológicos." This acknowledgment is crucial for the practical relevance of such an endeavor. By framing "desabrigo" as a foundational dimension revealing existential precariousness through anguish, and linking it directly to various experiences of suffering, the paper offers a powerful conceptual framework that resonates deeply with contemporary discussions in existential psychology and psychotherapy. This work promises a valuable contribution to the ongoing dialogue between philosophy and psychology, particularly for clinicians seeking deeper theoretical grounding for understanding suffering beyond symptomatic descriptions. The abstract's commitment to discussing how ontological anguish needs to be "pensada com outras configurações para além de sua dimensão filosófica" for psychologists is particularly compelling. While the abstract sets a clear stage, the full paper would benefit from elaborating on the specific "outras configurações" and the "aspectos técnicos" implied, demonstrating concrete pathways for how these reconfigurations inform clinical assessment and intervention. Nevertheless, this paper is poised to enrich our understanding of the human condition of "desabrigo" and its profound implications for mental health practice.

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