Isabela Medeiros de Almeida , Letícia Mutz Sant'Anna Felipe Laranja , Fábio Nogueira Pereira , Agnaldo Garcia

Vivência dos pais sobre o tratamento oncológico dos filhos

Introduction

Vivência dos pais sobre o tratamento oncológico dos filhos. Explore a vivência de pais cuidadores no tratamento oncológico infantil. Pesquisa qualitativa descreve mudanças em relações interpessoais e adaptação ao câncer em crianças.

Abstract

O câncer infantil é um problema de saúde pública que afeta as crianças diagnosticadas, assim como os principais cuidadores que acompanham o tratamento. Diante disso, as relações interpessoais desses atores sofrem mudanças ao tentar se adaptar ao contexto de enfrentamento do câncer infantil. Este estudo visa descrever a configuração dos relacionamentos interpessoais de cuidadores que se afastam do meio social para acompanhar o tratamento do câncer infantil. A pesquisa teve caráter qualitativo, dividindo-se em duas etapas: grupo focal e entrevistas realizadas em uma casa de apoio; para análise dos dados, utilizou-se a análise de conteúdo com abordagem analítica. Participaram do estudo sete cuidadores, um divorciado e os outros seis casados, seis mulheres e um homem, provenientes de cidades do interior, com idade entre 24 e 42 anos, todos têm outros filhos além daquele em tratamento do câncer. Os resultados apontam para diversas mudanças nas redes de relacionamento dos acompanhantes, visando à adaptação e enfrentamento ao tratamento do câncer infantil.

Review

Este estudo aborda um tema de alta relevância em saúde pública: a vivência dos pais sobre o tratamento oncológico de seus filhos. Ao focar nas transformações das relações interpessoais dos cuidadores principais, o artigo destaca um aspecto crucial e muitas vezes negligenciado do enfrentamento do câncer infantil. A premissa de que o diagnóstico e tratamento de uma criança afetam profundamente o sistema familiar e as redes de apoio social é bem estabelecida, e este trabalho se propõe a descrever especificamente como essas relações se reconfiguram em um contexto de afastamento social e dedicação integral ao cuidado. A proposta é pertinente e promete oferecer insights valiosos sobre o impacto psicossocial nos cuidadores. A metodologia empregada é de caráter qualitativo, o que se mostra adequado para explorar a complexidade das experiências vividas pelos cuidadores. A pesquisa foi dividida em duas etapas – grupo focal e entrevistas – realizadas em uma casa de apoio, local que certamente facilita o acesso a participantes que estão imersos na rotina do tratamento. A análise de conteúdo com abordagem analítica é uma técnica apropriada para interpretar dados textuais e extrair temas relevantes das narrativas dos participantes. O grupo de sete cuidadores (seis mulheres, um homem; seis casados, um divorciado; idade entre 24 e 42 anos; todos com outros filhos e provenientes do interior) oferece uma amostra pequena, mas diversificada o suficiente para capturar diferentes perspectivas dentro do contexto estudado. Os resultados, que apontam para "diversas mudanças nas redes de relacionamento dos acompanhantes", confirmam a hipótese central do estudo. Em suma, o artigo contribui para uma compreensão mais aprofundada dos desafios sociais e emocionais enfrentados por cuidadores de crianças com câncer. A escolha de uma abordagem qualitativa permite capturar a riqueza das experiências subjetivas, essenciais para informar políticas de suporte e intervenções psicossociais. Embora o abstract mencione "diversas mudanças", a explicitação de algumas dessas categorias ou tipos de mudanças (mesmo que resumidamente) no resumo enriqueceria ainda mais a informação oferecida. Contudo, o estudo é um passo importante para iluminar as complexas dinâmicas interpessoais dos cuidadores, reforçando a necessidade de suporte integral que vá além do tratamento médico da criança para abraçar toda a família.

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