Emanoel Pedro Martins Gomes, Mayara de Souza Ferreira , Rosimeire Oliveira Azevedo Ramos

Pensar a linguagem nas insurgências de um mundo silenciado

Introduction

Pensar a linguagem nas insurgências de um mundo silenciado. Repense a linguagem por uma ótica geontológica, desafiando a cisão humano/mundo. Explore a performatividade da significação por entidades diversas, com Austin e pensadores decoloniais.

Abstract

Este trabalho parte de uma proposta de imaginar uma visada geontológica da linguagem, no campo da Pragmática, problematizando a ideia de cisão entre linguagem e mundo, sujeito e objeto, a partir do horizonte ontológico da não vida como potencial de significação biodecentrada do humano. Num contexto em que, tanto no ramo da Antropologia quanto no do Direito, destaca-se a necessidade não apenas de uma nova abordagem de enfrentamento dos problemas ambientais, como também da insurgência de concepções ontoepistemológicas sobre a Natureza como sujeito de direito e entes não humanos como confluentes, este ensaio tem como objetivo problematizar essa discussão propondo imaginar uma compreensão da linguagem e da significação na construção de um horizonte agentivo, confluente e compartilhante no qual se inserem entidades humanas e não humanas, viventes e não viventes, como atores que performatizam sua significação. Assim, discutiremos como a significação pode ser encarada a partir de uma visão não humana e não vivente, tomando como base a radicalidade do conceito de performatividade de John L. Austin, assim como as analíticas contracoloniais de Nego Bispo e Ailton Krenak sobre as noções de confluência e compartilhamento.

Review

The paper, "Pensar a linguagem nas insurgências de um mundo silenciado," proposes a highly original and timely intervention into the philosophy of language, particularly within the field of Pragmatics. Its central ambition to develop a "geontological visada" of language is conceptually audacious, directly challenging the deeply embedded dichotomies of language/world and subject/object. By positing non-life as a fundamental potential for biodecentered signification, the work promises to offer a radical re-evaluation of how meaning is generated and by whom, moving beyond anthropocentric frameworks. This scope is acutely relevant given the contemporary demands in both Anthropology and Law for novel onto-epistemological approaches to environmental problems and the recognition of non-human entities as subjects of rights. The strength of this essay lies in its proposed theoretical synthesis, which brings together seemingly disparate yet potentially complementary lines of thought. The authors aim to deconstruct conventional understandings of signification by drawing on the "radicality" of John L. Austin's concept of performativity, explicitly extending its reach to encompass non-human and non-living actors. Crucially, this endeavor is to be enriched and anchored by the "contracolonial analytics" of Nego Bispo and Ailton Krenak, particularly their profound notions of confluence and sharing. This innovative interweaving of Western philosophical tools with Indigenous and decolonial epistemologies suggests a powerful framework for imagining a shared, agentive horizon where all entities performatively contribute to meaning, thereby constructing a truly polycentric understanding of communication. This paper holds significant potential to stimulate critical discussion and reframe foundational debates within linguistics, philosophy, and environmental humanities. While the abstract outlines a compelling and vital vision, the success of its ambitious project will hinge on the nuanced articulation of how "geontology" is operationalized within a pragmatic framework, and how Austin's performativity can be robustly extended to non-human and non-living entities without inadvertently anthropomorphizing them. A clear and precise methodology for integrating Bispo and Krenak's concepts with Austin's will also be essential to ensure conceptual coherence. Given the originality of its conceptual framework and its profound relevance to pressing contemporary challenges, I recommend this paper for publication, contingent upon a clear and convincing demonstration of how these complex theoretical threads will be woven together into a cohesive argument.

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